Não era tempo de verão
Mas, e dai?
Não era tempo de inverno
E chovia
Era outra coisa
Ciclos internos
Música gospel
E catar inspirações
Em erros
Ao redor
Era busca
E sono que não acabava
Era um verbo no presente
E empolgação
Raros suspiros
E acreditar
Ficar na duvida
Entre o otimismo e o pessimismo
Era sim
Quando, talvez,
Respirar era quiçá
Vela sedenta de parafina
E fios a queimar
E era um gesto
Explosão
E querer acordar
Uma criança insone
Tomar café de noite e
Cachaça ao amanhecer
Outro ciclo
Contorcer-se, redobrar-se
Fotos de pés descalços
Acaso ou destino
Carne e transcendência
Luz branca no começo do túnel
Céu azul no fim
Horizonte
Alguém aí já inventou
A inédita máquina de congelar
Momentos perfeitos?
Um comentário:
Muito lindo! Suas ultimas estrofes têm sido particularmente belas. Belos desfechos, abç, Flávia.
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