28.8.14

Sorrateiro

Sinaleiro dos ventos
Histórias de um dia por viver
Afinar a alma com café
Lançar-se…

A tarde em comunhão mínima com o dia
Em visita calma
Episódios de infância
Pássaros, caminhões longínquos
Silêncio

Palavras aconchegam-se
Vertedouros: renúncia
Em pura observação
Confluência, rememórias
Entregar os dedos à tarefa
Transcendente

Pés descalços
Ombros desarmados
Sem relógio, bússola
Mapa ou guia
Quebrar o champanhe
Em si mesmo: embarcar

Berlinda de novas aventuras
Ossos e o tremor
Do inesperado
Despreparo como escudo
Desapego como lança
Avante!

Atroz sutileza do cotidiano
Deleitar-se
Versos simples
Qual doce de figo
Angústia?
Amigo.

Mais o desenho das letras
Menos o sentido íntimo
Roteiros de um dia sorrateiro
Pancada que se amorteça
Escrever é servir na bandeja
A própria cabeça


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